Minha melhor amiga me dizia isso tantas vezes por dia que eu comecei a
acreditar. Todas as vezes que
ele dizia me amar, mas não fazia nenhum esforço pra me ver, pra estar por
perto, eu esperava a semana inteira pra vê-lo no sábado, mas ele dizia “vou
ficar em casa, essa semana foi cansativa demais, posso te ver outro dia?”, pois
é, não era amor. Quando eu me arrumava toda e ia fazer uma surpresa, mas poxa
“ele nem olhou pra mim”, nesse dia – como nos outros – não era amor. Quando saíamos com a galera e ele não me deixava falar, sempre que eu ia dizer
algo ele me cortava ou me olhava com repreensão, ele tinha medo de que as
pessoas vissem o quanto sou mais inteligente e interessante do que ele,
nesses dias também não era amor. Quando ele ficava o
dia inteiro sem me ligar ou sequer mandar uma mensagem e quando eu tomava a
iniciativa ele simplesmente dizia que o dia foi corrido ou que esqueceu,
adivinha só, não era amor. Todas as vezes em
que ele elogiou outras pessoas e me criticou sem motivos, não era amor, não
mesmo. Lembro quando meu dia foi ruim e eu chorei por não suportar, no final
do dia eu liguei pra ele dizendo que não estava bem e que queria conversar,
ele disse que era bobeira, falou pra parar de ser tão sensível, que amor não é mesmo? Hoje pensando em tudo isso não senti falta, a imagem dele não está mais tão nítida na minha mente, nem consigo me lembrar mais do perfume, isso é estranho, senti o vento em meu rosto e não senti medo e nem culpa por estar tão feliz e tão livre, mas tenho me sentido muito melhor agora que percebi que em mim também não é mais amor.
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Lindo seu texto, Brenda. Fico feliz que hoje é mais discutido a questão de relacionamentos abusivos. Eu já estive em relacionamento assim e não é bom pra ninguém. Hoje sou mais segura de quem sou e sei minhas qualidades e não vou deixar ninguém me rebaixar.
ResponderExcluirVidas em Preto e Branco