QUE SENSAÇÃO BOA, NÃO SER MAIS SUA!



Aquela sexta tinha tudo para ser incrível, mas eu havia notado que o tempo estava nublado, geralmente os dias felizes não começam assim, mas não me atentei para o sinal de que tudo daria errado. Levantei da cama com a mesma disposição de sempre, eu sempre amei as sextas, é o começo do final de semana, o começo dos dias de descanso ou de muita agitação, eu não poderia imaginar que aquela sexta seria o início da minha mudança, meu subconsciente sabia que tinha algo muito diferente naquele dia, mas nunca fui muito de dar confiança para o que meu cérebro diz, que trágico eu sei. Mas então, saí de casa e cumpri com todas as minhas obrigações, no fim do dia ia te encontrar e sairíamos para nos divertir um pouco, éramos tão jovens, poderíamos ter vivido tantas coisas, mas agora até entendo, ou melhor, tento.

Fui te fazer uma surpresa. Pensei que ao chegar à sua casa poderíamos ficar juntos um pouco, colocar o papo em dia ou até mesmo só ficar ali, sem dizer nada. Mas o seu “amor” por mim não durou aquele dia inteiro, arrisco dizer até que nunca existiu.
Era uma surpresa pra você, mas eu me surpreendi de verdade, mesmo sabendo que você não era lá o cara mais confiável do mundo, afinal, já tinha vacilado comigo, muito por sinal. Quando cheguei no seu portão apenas imaginei que havíamos nos desencontrado, a casa estava escura, assim como o céu que havia me decepcionado bastante aquele dia, procurei seu carro e realmente não estava lá, que droga, o pesadelo havia começado,  tive que te ligar para contar que tentei fazer uma surpresa e pedir que me buscasse, mas na terceira tentativa  você desligou o celular, na mesma hora eu percebi que era real, eu não tinha mais o seu amor e nem o seu respeito. Horas depois você chegou com desculpas completamente esfarrapadas e agindo como se eu fosse maluca. Nossos sonhos, nossos planos, pelo que percebi estavam apenas dentro de mim, em você só existia egoísmo, individualidade, e eu nem imagino o que você pensava todas as vezes em que jurava amor à mim, um amor sujo, indigno, é uma ofensa às pessoas que realmente amam, dizer que você me amava.

Algum tempo se passou – para minha sorte, não demorou muito – e chegou outro dia nublado, cinza, úmido, mas esse foi diferente, eu me levantei não muito disposta, coloquei a primeira roupa que vi e saí, as pessoas ficavam me contando tudo de errado que você fazia e eu  me afundava em desgosto e desespero por não poder te fazer mudar de ideia, mas você tinha decidido que não queria me amar, decidiu procurar amor em outro lugar, mesmo sabendo que eu te amei todos os dias. E foi nesse dia nublado que eu percebi que não precisava mais te amar, eu me vi tendo uma liberdade que antes não tinha, eu me desprendi de você de uma forma que nem eu mesma entendia. Que sensação boa, não ser mais sua, ser totalmente minha,  nunca gostei tanto de um dia nublado. Lembro-me muito bem que depois você ainda quis voltar atrás - que ironia - disse que me amava e que precisa de mim, mas eu escutava suas palavras e apenas agradecia. Obrigada Deus, eu disse olhando para o céu. Como é bom não ser mais prisioneira de um sentimento que só me destruiu, um sentimento que corrói a alma e a deixa morrer. Agora posso usar para mim todo aquele tempo que eu investia em você.


Obrigada por não me amar!

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